choro, chantagem e realidade


Ser pai não é uma tarefa fácil. Ser pai, envolve muito mais do que prover sustento para os filhos da sua esposa. Pedro o mais novo, está numa fase curiosa. Ele aprendeu e usa com muita propriedade a arte do choro e da chantagem. Devemos estar atentos às manipulações da situação que ele tenta fazer. Por outro lado, devemos ter atenção para quando ele não esta tentando manipular a situação.

Como, maioria das famílias brasileiras, aqui há poucos eletro-eletronicos para muitos. É a relação um-para-muitos, e muitos-para-um. O computador é ligado quase que ininterruptamente. A TV é ligada o tempo todo, ainda que eles tenha os horários dos desenhos e programas preferidos. Porém, a disputa é intensa por cada coisa. Por enquanto, o video-game um PS1 pifou a unidade ótica, assim, menos um. Mas, a pressão, e os pedidos por um PS2 e ou um 360X já se intensificam.

Sendo assim, há meios e modos de se usar um ou outro, nunca se pode ter tudo. Assim, as vezes a tática, a técnica, a estratagema de se usar mais, não segue uma regra ou uma lei expressa. Espera-se que aprendam a usar e a ter as coisas, e não permitir que as coisas se tornem o centro da existência deles. Porém, num dia destes qualquer, num desavença entre eles ouvi as ameaças de Pedro:

– Se você não deixar eu jogar agora, eu vou chorar, e mainha e painho vai mandar desligar. Ai, nem eu, nem você! O que você quer?

Como ele chora quando quer, devemos estar alertas para cada momento, para não cairmos em suas manipuladas lágrimas, bem como, para suas elaboradas encenações.

No entanto, ontem, quando ele chegou choramingando como de costume, e sentou-se no braço do sofá, pensei em mais uma situação em que ele queria a intervenção para o “fraco, menor e oprimido desta casa”.

– O que foi Pedro, que você já tá com este seu chorinho pelos cantos?

– Eu cair e me lasquei todo!

Levantei-me num pulo. Corri em sua direção, e peguei-o nos braços, trouxe para a luz e olhei-o de alto a baixo. Estava mesmo com os arranhões e sangue nas partes raladas. No cotovelo direito, na parte superior do torax, e outra no Ileo, que estava muito dolorida.

Levei-o ao banheiro tirei a terra grudada em suas costas, e dei-lhe banho. Limpei as arranhaduras e lavei com sabão de coco. Depois ele dormiu tranquilo.

Ele também aprendeu que agimos diferentes em situações sérias e comprovadamente necessárias. Que procuraremos ser honestos, justos e coerentes com a situação. Não é qualquer chorinho que nos derreterá o coração, mas, certas situações levara nossos corações a qualquer chorinho.

6 comentários em “choro, chantagem e realidade

  1. Adão,
    O Lucas chora quando quer também. Quando noto que o choro é de chantagem, digo que chorar faz bem para a pele kkkkkkkkkkkkkkkkk
    Mas ele entende que não pode tudo… Parou um pouco com essa coisa de chantagem.
    Abraços

  2. Adão,
    Sei bem como é essa manipulação entre irmãos, o menor sempre que pode recorre ao choro, eu já conheço pelo choro quando é serio e quando é chantagem, e eu detesto criança birrenta, tenho verdadeiro pavor.
    Para os jogos adotei o cronometro, cada um tem um tempo e se der briga mesmo assim o video game é recolhido por dois dias e o pc vetado ao uso infantil.

    Eu sou meio doida, se uma criança fizer birra na minha frente, eu faço exatamente a mesma coisa até ela se sentir ridicula, se bater pé eu também bato, se gritar eu também grito, se jogar as coisas eu também jogo, e dá certo.
    Alguns amigos pais não gostam muito quando faço isso com os filhos deles, mas quando obtem o resultado que queriam com as negociações relaxam.
    Depois faço o que deveria ser feito pelos pais, converso e explico porque fazer pirraça é feio e para não me transformar no terror da criançada, rsrsrsrsrsrs, vai que os pais comecem a ameaçar me chamar em caso de choros posteriores.

    Felizmente algumas crianças conseguem perceber a diferença de tratamento entre o choro e chantagem, outras, os pais nem ao menos conseguem diferenciar uma coisa da outra.

    Beijinhos

  3. O que acho engraçado nesses choros, são àqueles que sequer descem uma lágrima. Elas faltam sucumbir ao nada de tanto dengo.

    Mas que bom que Pedrinho aprendeu a lição e o quanto é necessário sermos transparentes e honestos até mesmo em nossas tristezas.

    Me irrita é criança manhosa, àquelas que deixam os pais de saia justa em qualquer situação e da forma mais bizarra possivel. Já vi criança se atirar no chão e gritar para todo mundo que a mãe é maluca. Já vi pai deixar de comer só porque a filha não queria que ele entrasse no restaurante. Para essas…eu daria um bom motivo para elas chorarem, de verdade – um bom castigo ou umas boas chineladas.

    Beijos “caldinho de sururu”

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